Bom, personas
Verifiquei que no forum existe muitas pessoas que não entendem muito bem no assunto HD, sobre suas verdades e mentiras e a forma que funciona. Ainda mais agora que a Nintendo faráatrasadamente seu console que suportara a tecnologia Full HD, é bom todos saberem o que seria o Mito 1080p, nessa matéria escrita pelo Emerson da Gamegen , um dos sites mais conceituados que conheço de Games. Espero que gostem
Uma breve introdução ao assunto
Quando o assunto é Full HD, a desinformação e as bobagens proferidas beiram níveis alarmantes. É bem provável que eu contribua para essa estatística com esse artigo, mas por favor, não contem pra ninguém caso isso aconteça. Para entender Full HD é preciso entedermos primeiro o que vem a ser HDTV.
A televisão por alta definição, ou HDTV (High-Definition Television) ocorrre quando uma determinada fonte (video-game, tv por assinatura, blu-ray) emite um sinal superior a 720p para uma televisão que suporte esse sinal. Basicamente, o sinal de alta definição pode ser de três tipos:
720p – 1280 x 720 pixels com sinal progressivo;
1080i – 1920 x 1080 pixels com sinal entrelaçado;
1080p – 1920 x 1080 pixels com sinal progressivo.
Ou seja, os números 720 e 1080 significam a quantidade de pixels (pontos) verticais daquela imagem. Mas e o “p” e o “i”?
i (interlaced video) – varredura entrelaçada
p (progressive scan) – varredura progressiva
Bem, eu não vou parar pra explicar a diferença entre sinal entrelaçado e progressivo, caso contrário a coluna não terminaria hoje. Se quiser mais detalhes dê uma lida nesse texto que é bem explicativo. Tudo o que precisamos saber até o momento é que p é melhor do que i.
Antes de continuarmos um aviso importante: esqueçam os monitores de computadores! Nós estamos falando de televisores. Eu sei que as TVs digitais se assemelham em muito a monitores e que quase todas elas possuem entrada VGA, mas o assunto aqui é sobre TV/sala/sofá e não computador/escrivaninha/cara na tela. Acreditem, uma coisa é totalmente diferente da outra.
Continuando.
Full HD, que traduzindo ao pé da letra seria algo como “alta definição completa”, ocorre quando utilizamos a resolução máxima possível para TVs (1080 linhas verticais) com o melhor tipo de varredura (progressiva), ou seja, o Santo Graal para muitos.
— Nossa! Então tudo deveria ser em Full HD, pois é muito melhor que 720p.
Na teoria, obviamente que sim. A imagem em 1080p possui uma resolução muito maior que a de 720p, o problema é que os fanáticos por Full HD ficam muitas vezes presos a números – “1080 é maior que 720, logo é melhor” – e se esquecem do principal: a percepção.
Abram o link dessa imagem abaixo em uma nova janela ou nova aba no seu navegador e caso o seu navegador a redimensione por ser muito grande, clique como mouse em formato de lupa sobre ela e a deixe em tamanho real – isso é importante!
http://www.gamegen.com.br/wp-content/uploads/2011/04/preview_large.png
Essa imagem é muito interessante pois ela está no tamanho exato de uma imagem em Full HD (1920×1080) e exibe três resoluções diferentes do mesmo quadro. Todas em modo progressivo.
Foquem na mulher do lado esquerdo. É possível vermos diferenças entre todas as fontes. Enquanto o contorno do rosto e do lenço estão perfeitos em 1080p, já é possível detectarmos algumas “falhas” na parte de 720p, em especial na roupa da moça – reparem no encontro entre a blusa branco e o macacão marinho. Já a fonte em 480p é um desastre total comparada às outras duas.
— Não falei? 1080p é o melhor!
Calma. Agora faça o seguinte: fique a dois metros do monitor e me aponte as diferenças entre 1080 e 720p. Vamos lá! Valendo um jantar por minha conta.
Pois é, vou jantar sozinho…
Vejam esse texto da CNET extraído do Quick Guide: HDTV Resolution Explained (os grifos são nossos).
Nós fizemos numerosos testes “lado a lado” entre duas HDTVs de mesmo tamanho, uma com resolução de 1080p e outra com menor resolução, e em todas as vezes foi quase impossível ver alguma diferença com o material testado, especialmente quando esse material está em movimento. A diferença se torna ainda mais difícil de se perceber em telas menores ou em assentos mais distantes – por exemplo, mais de 1,5 vezes a medida da diagonal da tela. Por exemplo, para ver os benefícios de conteúdo 1080p estático em uma tela de 50 polegadas, você geralmente precisa se sentar a no máximo 6,5 pés (1,9 metros) de distância. Poucos espectadores querem se sentar tão próximo, especialmente quando o conteúdo de baixa qualidade visto a esta distância parece tão ruim. O principal benefício visível de uma resolução nativa em 1080p vem quando a tela exibe uma fonte de um computador. Com um PC configurado para resolução de saída 1080p e um display 1080p, que possa aceitá-la, desktops e textos em geral, são visualizados de forma soberba e um pouco melhor do que quando exibido em uma TV com menor resolução nativa. Mas para filmes, jogos, material de vídeo e outros padrões,os benefícios de 1080p são insignificantes, a menos que você esteja sentado bem perto.
A distância "Ideal"
Percepção é igual cartão de crédito, pessoal e intransferível, e vai depender, principalmente, da distância que você está da sua TV. Para nosso auxílio (e tormento), existem tabelas e cálculos baseados no tipo e tamanho da sua TV. E aqui começa nosso drama… é tanta tabela…
Pelo que pude perceber, com excessão de uma tabela publicada pelo jornal Extra, todas as outras que tive contato focam na “experiênca do usuário”. Em todas elas temos uma distância “ideal” para a resolução de 720p e outra para fontes em 1080p – isso para cada tamanho de tela. E pelo que pude entender, o que essas tabelas chamam de ideal é na verdade a distância mínima que você pode estar da sua TV.
Tabela encontrada no Jornal Extra - data desconhecida.
Um exemplo prático: Eu tenho uma LG 32” Full HD da linha Live Bordeless. Sentado no sofá, meus olhos ficam a pouco mais de 2 metros da TV, o já considero perto – sempre que vejo uma TV 32″ em uma loja acho-a pequena em comparação a minha, justamente por causa da minha percepçao em função da distância que estou sentado em casa. Se eu fosse seguir friamente as recomendações da Sony, por exemplo, teria que sentar a 1,8 metros para jogar video-game e assistir TV em alta definição (720p) e 1,3 metros para um filme de Blu-ray em 1080p. Repito: 1,3 metros.
Tabela encontrada no site da Sony
Numa boa, alguém acha que algum oftalmologista diria que está tudo bem em se sentar a 1,3 metros de uma tela de 32 polegadas? Ah sim, e eu teria que tirar o sofá que está encostado na parede e colocá-lo bem na passagem entre a sala e o quintal.
E pela mesma tabela da Sony, se eu tivesse uma TV de 52” Full HD, bastaria colocá-la a 2,1 metros… Devem ter contratado o Sergio Malandro pra fazer essa tabela.
Tudo bem, eu sei que as jurássicas TVs de CRT danificavam muito mais nossas vistas do que as de LCD – meus óculos são fruto dos monitores CRT de computadores que usava quase que diariamente de 1993 a 2007 –, mas eu acho que os fabricantes e “entusiastas da alta definição” estão exagerando um pouco no que eles chamam de “ideal para uma experiência em Full HD”. A sensação que eu tenho é que na cabeça de muita gente o importante é o prazer proporcionado pela alta definição e dane-se se ela vai te fazer algum mal ou não a longo prazo. Tudo bem, eu também quero uma bela imagem, mas tudo tem limite, 1,3 metros é piada. A tabela da Philips me pareceu um pouco mais coerente.
O Battle Nerds Blog nos ajuda um pouco na matemática e com um gráfico bem interessante:
A alta definição na TV e nos computadores
A partir desse ponto começaremos a perceber o quão ilusória é essa “necessidade por 1080p”. Se esse papo fosse esotérico estaríamos nesse momento atravessando o Véu de Ísis. 8)
Pra início de conversa, que eu saiba, não existe nenhuma rede de televisão (tv aberta ou a cabo) norte-americana ou europeia transmitindo programação em 1080p (não garanto as japonesas, mas acredito que também não). O mais próximo que existe disso são satélites da DirecTV, XstreamHD e Dish Network para transmissão de filmes Paper-View em formato 1080p24 (padrão internacional das produções de Hollywood). Fora isso, a TV por alta definição se resume à 720p e 1080i (540 linhas por vez).
— Nossa, mas que burrice! Por que não transmitem em Full HD?
Porque o consumo de banda é monstruoso! Os investimentos para isso se concretizar da noite pro dia seriam faraônicos. O que não entra na cabeça de muita gente é que transmitir alguma coisa em 1080p, a.k.a. Full HD, é uma brabeira. Não é tão simples quanto desembalar um Bis e abocanhá-lo segundos depois. A banda consumida para uma transmissão em Full HD é muito maior do que a exigida para 720p, que já é algo considerável comparado a TV tradicional. Vamos relembrar uma imagem da primeira parte desse nosso papo.
Quem tem a oportunidade de usufruir da HDTV em casa (sinal aberto ou por assinatura) já percebeu que os canais são um pouco mais “pesados” que na TV tradicional. A troca de canais não é tão imediata como estamos acostumados. Os decoders de quem usa NET HD ou Sky HD, volta e meia dão suas engasgadas – o decoder Cisco da NET HD MAX, por exemplo, é mais bugado que o jogo Terminator: Salvation
Um exemplo prático. Os sócios da locadora BitTorrent que costumam “alugar” filmes de alta definição, já devem ter notado que os arquivos em Full HD são consideravelmente maiores que os de 720p. Se você é um desses sócios vitalícios e perdeu seu tempo “alugando” filmes em 1080p para assistir naquela sua TV 32″ Full HD, bem… tudo indica que você é um…
Quando nós papeamos sobre HDMI no fim do ano passado, uma das partes mais polêmicas foi em relação aos cabos. Basicamente existem três tipos de cabos: o Matsubara (vagabal), o Gol 1000 (genérico) e o Sheike Baptista (cabos de grifes com preços surreais). A CNET provou por a+b que o genérico funciona perfeitamente bem para uma transmissão em Full HD e com um preço acessível; os cabos de marcas embora muito bonitos e com ar de imponência transmitem a mesma imagem do genérico. O problema é o vagabal. O cabo HDMI de 1 dólar vai te deixar na mão na hora de transmitir em 1080p, porque ele é tão vagabundo que não suporta a largura de banda exigida para uma transmissão desse naipe.
Resumindo, se Full HD fosse algo tão simples e leve até os cabos Matsubara dariam conta do recado, mas eles não dão.
— Tá bom, já entendi, mas e os computadores?
Quando colocamos computador e alta definição em uma mesma discussão alguns fatores devem ser levados em conta:
- as dimensões do monitor;
- a capacidade da placa de vídeo;
- o cabeamento utilizado.
Se preocupar se seu computador é capaz de executar filmes ou jogos em Full HD é pura perda de tempo. Lembra que na primeira parte falamos que nos referíamos a televisores e não monitores de computador? Exatamente por causa disso.
1080p, 1080i, 720p, são nomenclaturas, padrões estabelecidos tendo como base televisores, por isso se chamam HDTV e não HDPC.
Todos sabemos que em um computador conseguimos assistir TV, filmes, ouvir música, jogar games; assim como em um PS3 também podemos jogar, ouvir música, assistir filmes; e até em celulares podemos fazer isso tudo, não é verdade? Mas mesmo assim, cada dispositivo continua com sua função primordial. Se o seu objetivo é filmar, você não vai comprar uma máquina fotográfica com recurso de filmagem, muito menos um celular com câmera de 5MP. Você vai comprar uma filmadora, ora bolas!
É a mesma coisa na alta definição. Um computador não pode ser comparado a um video-game ou player de Blu-ray por um fator primordial: a distância do observador. A distância ideal que devemos estar de uma TV é calculada em metros; já em um monitor medimos em palmos.
O iMac topo de linha, por exemplo, possui uma tela de 27 polegadas. Alguém sabe a resolução nativa dessa tela? 2560×1440, ou seja, 1440p.
— Nossa! mas por que essa tela de 27” tem uma resolução maior que a de uma TV 60”?
Outra coisa importante. Quando aumentamos a resolução em um computador o que ocorre é que “ganhamos” mais espaço de trabalho. Os ícones, janelas e barras de tarefas diminuem pois existem mais pixels populando a tela, não é verdade? E eu pergunto: se você assistir a um filme em Blu-ray duas vezes na mesma tv, uma em 720p e outra em 1080p, no modo Full HD o cenário do filme será maior que no outro modo? Você verá mais árvores? O céu estará maior? Claro que não, né. Se fosse assim, em uma cena em close de um DVD só veríamos o peito dos personagens… =/
Em uma TV quando elevamos a resolução, melhoramos a qualidade da imagem; em um computador quando elevamos a resolução, aumentamos a área de trabalho
A alta definição no jogos eletrônicos
E chegamos a derradeira conclusão da inebriante saga dos intrépidos nerds no país da alta definição. Uma das coisas que mais desanima o recém chegado ao universo dos video-games em alta definição, é constatar depois de um tempo que o maior chamariz do mercado da alta definição, o chamado Full HD, não se faz tão presente assim como esperaríamos.
— Mas por que?
Quem vem acompanhando essa série de textos desde a sua primeira parte, já deve ter uma boa ideia do porque disso. Se você for um marinheiro de primeira viagem, sugiro lê-las antes de partir para ignorância verbal, caso discorde da linha de raciocínio que se segue.
Preparem-se, pois o que vem a seguir é uma bomba de 10.000 megatons para muita gente.
Não existem jogos AAA em 1080p nativo!
Pronto, falei.
Quando o assunto for consoles, você só irá encontrar Full HD “real” em jogos de médio/pequeno porte, ou seja, no nosso caso, os jogos da PSN (edit Robert: Nosso caso = Sony). Stardust HD, Flower, Pixeljunk Shooter, Digger HD e por aí vai…
— Não viaja. E Final Fantsay XIII, Uncharted 2, Crysis 2, Uncharted 3 e tantos outros? Está escrito no verso das caixas!
Em primeiro lugar: jamais tome como verdade o que está escrito no verso das caixas dos jogos sobre as suas resoluções.
Em segundo lugar: já ouviu falar em resolução nativa?
Resolução nativa é a resolução real de um jogo. A resolução na qual ele foi projetado e desenvolvido. As caixas de um jogo de PS3 ou Xbox 360 sempre irão mostrar uma combinação entre 480p, 720p, 1080i e 1080p, porque essas são as resoluções padrões que os televisores HDTV suportam. As três resoluções HD que comentamos anteriormente e a resolução SD (480p) (Edit Robert: Wii resolution)
A confusão começa quando um determinado jogo de PS3 ou Xbox 360 é projetado em uma resolução que não sejam as óbvias 1280×720 e 1920×1080.
Quem não se lembra do polêmico caso de Red Dead Redemption, que informava em sua caixa rodar na resolução de 720p, mas no entanto, essa informação só é verdadeira para a versão do Xbox 360? No PS3, a resolução nativa, na qual o jogo foi desenvovido é 1152×640, ou seja, uma resolução sub-HD de 640p.
Agora, um exercício para vocês. Abaixo listarei imagens de jogos top de linha dessa geração e apenas um desses jogos não está mentindo em relação à sua resolução nativa. Você consegue dizer qual é?
Vamos lá, será divertido! Sem pesquisar na internet, para não perder a graça, repare nas resoluções fornecidas pelas contra-capas dos sete jogos abaixo:
Killzone 3 - PlayStation 3
Tente agora recordar esses jogos. Se os jogou, melhor ainda, deve ter alguma lembrança. Coloque na balança também a fama conquistada por cada jogo e tudo que foi dito sobre eles até então.
Já deu seu palpite? Não esqueça de comentar em quem você apostou.
É bom se sentar antes, o choque pode ser grande, principalmente para os menos informados.
Metal Gear Solid 4 – PS3. Talvez uma das maiores surpresas dessa lista. Embora sua caixa informe que MGS4 alcance a resolução Full HD, essa informação é falsa. Sua resolução nativa é de, pasmém, 1024×768! Isso mesmo, o incrível Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots possui a mesma resolução daquele monitor 15″ do seu antigo PC que rodava Windows 98.
Final Fantasy XIII – PS3. A Square-Enix não foi 100% mentirosa aqui, ela só contou meia mentira. Embora a caixa de FFXIII informe que o jogo suporta 1080p no PlayStation 3, na verdade os “1080p reais” só estão presentes nas CGs do jogo, na hora do gameplay a resolução nativa é de 720p com upscale para 1080p. Quem sofreu mesmo com FFXIII foram os donos de Xbox 360. Além do jogo ter sido distribuído em 3 discos, a sua resolução nativa era de patéticos 576p – 1024×576. Até as CGs estão em 576p! Embora existam muitos casos de jogos multiplataforma serem melhores no X360, não me lembro de um caso onde a diferença entre as duas plataformas foi tão gritante.
Splinter Cell Conviction – Xbox 360. Palmas para a Ubisoft! Essa sabe mentir. O que vemos na caixa de Conviction? 720p/1080p. Bem, esse jogo nem HD é, sua resolução é sub-HD de 1024×576, pra ser mais exato (menos que MGS 4). Que vergonha dona Ubisoft.
Gran Turismo 5 – PS3. Quem diria, hein? Dona Polyphony mentiu pra gente também… O Full HD de Gran Turismo 5 é um upscale. A resolução real do jogo é 720p.
Vanquish – Xbox 360. Querendo competir com a Ubisoft, temos a Sega. Na caixa vemos que que o jogo suporta 1080p. Mentira escabrosa. A versão do Xbox 360 além de não chegar em 1080p, nem HD é: 1024×720. Tudo bem que está quase lá, mas pra ser HD precisa de pelo menos 1280 linhas horizontais. No PS3, pelo menos a resolução nativa é de 720p (mais um caso onde a versão do PS3 é superior a do Xbox 360 e pouca gente sabe).
Crysis 2 – PS3. Outro cascateiro. A Crytek fez todo aquele blá blá mas esqueceu de nos contar que a resolução nativa do seu jogo tanto no PS3, quanto no X360, é “quase HD”. 1152×720. Tudo bem que 1152 pra 1280 falta pouca coisa, dá para considerarmos como 720p numa boa, sem estresse, mas dizer na cara dura que o jogo é 1080p, já é demais.
E o nosso grande vencedor foi:
Killzone 3 – PS3. A única empresa que nos falou a verdade foi a Guerrila Games! Sua caixa informa que o jogo é 720p e Killzone 3 realmente possui resolução real de 1280×720 pixels. Nada de upscales, a engine do jogo renderiza perfeitamente 1280 pixels na horizontal e 720 na vertical.
A brincadeira acima foi mais do que intencional, pois ela consegue resumir toda essa série de artigos sobre Full HD. Pense novamente nesses seis jogos: Metal Gear Solid 4, Final Fantasy XIII, Splinter Cell Conviction, Gran Turismo 5, Vanquish, Killzone 3 e Crysis 2. Agora me responda. Algum desses jogos têm gráficos meia boca?
Deixa que eu respondo: NÃO!
Todos são visualmente fantásticos. Até MGS 4 que possui uma resolução nativa de 1024×768 (difícil de acreditar, é verdade) continua sendo, mesmo depois de três anos, uma referência no PlayStation 3.
E o porque disso é simples. Vou repetir aquela palavra que coloquei nas três partes anteriores: PERCEPÇÃO. Números são legais! Saber o que é 1080p, 720p, 576p, resolução nativa, upscale, eu particularmente acho isso tudo um barato, mas no fundo, não servem pra nada! O que interessa é o que eu vejo, o que eu percebo, o que eu acredito, a experiência final… e se ela supera as minhas expectativas eu me dou por satisfeito.
Por exemplo… ninguém acredita em zumbis, certo? Mas se um colega de trabalho entra na sua sala com a pela cinza, olhos vermelhos, rosnando, mancando, e ataca outra pessoa da sala com o intuito de comê-la viva, você vai tentar apartar a “briga” e ligar para o sanatório achando que seu colega está com problemas mentais ou vai sair correndo com a certeza de que ele é um zumbi? Pois é…
Por falar em monstros, acabei de me lembrar de uma célebre frase de George Clooney no fantástico Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dwan, 1996) de Robert Rodriguez:
And I don’t want to hear anything about “I don’t believe in vampires” because I don’t believe in vampires, but I believe in my own two eyes, and what I saw is fucking vampires!
Ou seja, não importa o que eu acho e sim o que eu vejo.
A única coisa que eu tenho certeza sobre esse assunto é que não vou encontrar jogos em Full HD em nenhum console, não nessa geração. Podem me xingar, chorar, espernear, mas jogos AAA em Full HD real só na próxima geração – estou falando de consoles, esqueçam os PCs, pelo o amor de Deus.
Créditos totais para Sr. Emerson e equipe da Gamegen.
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Bom, isso é tudo!
Como o detetive Cole Phelps de L.A. Noire não exitaria em afirmar: “CASO ENCERRADO!”
É um grande texto, mas que tira todas as duvidas sobre Full HD. Leiam, releiam, tirem duvidas.
Verifiquei que no forum existe muitas pessoas que não entendem muito bem no assunto HD, sobre suas verdades e mentiras e a forma que funciona. Ainda mais agora que a Nintendo fará
Uma breve introdução ao assunto
Quando o assunto é Full HD, a desinformação e as bobagens proferidas beiram níveis alarmantes. É bem provável que eu contribua para essa estatística com esse artigo, mas por favor, não contem pra ninguém caso isso aconteça. Para entender Full HD é preciso entedermos primeiro o que vem a ser HDTV.
A televisão por alta definição, ou HDTV (High-Definition Television) ocorrre quando uma determinada fonte (video-game, tv por assinatura, blu-ray) emite um sinal superior a 720p para uma televisão que suporte esse sinal. Basicamente, o sinal de alta definição pode ser de três tipos:
720p – 1280 x 720 pixels com sinal progressivo;
1080i – 1920 x 1080 pixels com sinal entrelaçado;
1080p – 1920 x 1080 pixels com sinal progressivo.
Ou seja, os números 720 e 1080 significam a quantidade de pixels (pontos) verticais daquela imagem. Mas e o “p” e o “i”?
i (interlaced video) – varredura entrelaçada
p (progressive scan) – varredura progressiva
Bem, eu não vou parar pra explicar a diferença entre sinal entrelaçado e progressivo, caso contrário a coluna não terminaria hoje. Se quiser mais detalhes dê uma lida nesse texto que é bem explicativo. Tudo o que precisamos saber até o momento é que p é melhor do que i.
Antes de continuarmos um aviso importante: esqueçam os monitores de computadores! Nós estamos falando de televisores. Eu sei que as TVs digitais se assemelham em muito a monitores e que quase todas elas possuem entrada VGA, mas o assunto aqui é sobre TV/sala/sofá e não computador/escrivaninha/cara na tela. Acreditem, uma coisa é totalmente diferente da outra.
Continuando.
Full HD, que traduzindo ao pé da letra seria algo como “alta definição completa”, ocorre quando utilizamos a resolução máxima possível para TVs (1080 linhas verticais) com o melhor tipo de varredura (progressiva), ou seja, o Santo Graal para muitos.
— Nossa! Então tudo deveria ser em Full HD, pois é muito melhor que 720p.
Na teoria, obviamente que sim. A imagem em 1080p possui uma resolução muito maior que a de 720p, o problema é que os fanáticos por Full HD ficam muitas vezes presos a números – “1080 é maior que 720, logo é melhor” – e se esquecem do principal: a percepção.
Abram o link dessa imagem abaixo em uma nova janela ou nova aba no seu navegador e caso o seu navegador a redimensione por ser muito grande, clique como mouse em formato de lupa sobre ela e a deixe em tamanho real – isso é importante!
http://www.gamegen.com.br/wp-content/uploads/2011/04/preview_large.png
Essa imagem é muito interessante pois ela está no tamanho exato de uma imagem em Full HD (1920×1080) e exibe três resoluções diferentes do mesmo quadro. Todas em modo progressivo.
Foquem na mulher do lado esquerdo. É possível vermos diferenças entre todas as fontes. Enquanto o contorno do rosto e do lenço estão perfeitos em 1080p, já é possível detectarmos algumas “falhas” na parte de 720p, em especial na roupa da moça – reparem no encontro entre a blusa branco e o macacão marinho. Já a fonte em 480p é um desastre total comparada às outras duas.
— Não falei? 1080p é o melhor!
Calma. Agora faça o seguinte: fique a dois metros do monitor e me aponte as diferenças entre 1080 e 720p. Vamos lá! Valendo um jantar por minha conta.
Pois é, vou jantar sozinho…
Vejam esse texto da CNET extraído do Quick Guide: HDTV Resolution Explained (os grifos são nossos).
Nós fizemos numerosos testes “lado a lado” entre duas HDTVs de mesmo tamanho, uma com resolução de 1080p e outra com menor resolução, e em todas as vezes foi quase impossível ver alguma diferença com o material testado, especialmente quando esse material está em movimento. A diferença se torna ainda mais difícil de se perceber em telas menores ou em assentos mais distantes – por exemplo, mais de 1,5 vezes a medida da diagonal da tela. Por exemplo, para ver os benefícios de conteúdo 1080p estático em uma tela de 50 polegadas, você geralmente precisa se sentar a no máximo 6,5 pés (1,9 metros) de distância. Poucos espectadores querem se sentar tão próximo, especialmente quando o conteúdo de baixa qualidade visto a esta distância parece tão ruim. O principal benefício visível de uma resolução nativa em 1080p vem quando a tela exibe uma fonte de um computador. Com um PC configurado para resolução de saída 1080p e um display 1080p, que possa aceitá-la, desktops e textos em geral, são visualizados de forma soberba e um pouco melhor do que quando exibido em uma TV com menor resolução nativa. Mas para filmes, jogos, material de vídeo e outros padrões,os benefícios de 1080p são insignificantes, a menos que você esteja sentado bem perto.
A distância "Ideal"
Percepção é igual cartão de crédito, pessoal e intransferível, e vai depender, principalmente, da distância que você está da sua TV. Para nosso auxílio (e tormento), existem tabelas e cálculos baseados no tipo e tamanho da sua TV. E aqui começa nosso drama… é tanta tabela…
Pelo que pude perceber, com excessão de uma tabela publicada pelo jornal Extra, todas as outras que tive contato focam na “experiênca do usuário”. Em todas elas temos uma distância “ideal” para a resolução de 720p e outra para fontes em 1080p – isso para cada tamanho de tela. E pelo que pude entender, o que essas tabelas chamam de ideal é na verdade a distância mínima que você pode estar da sua TV.
Tabela encontrada no Jornal Extra - data desconhecida.
Um exemplo prático: Eu tenho uma LG 32” Full HD da linha Live Bordeless. Sentado no sofá, meus olhos ficam a pouco mais de 2 metros da TV, o já considero perto – sempre que vejo uma TV 32″ em uma loja acho-a pequena em comparação a minha, justamente por causa da minha percepçao em função da distância que estou sentado em casa. Se eu fosse seguir friamente as recomendações da Sony, por exemplo, teria que sentar a 1,8 metros para jogar video-game e assistir TV em alta definição (720p) e 1,3 metros para um filme de Blu-ray em 1080p. Repito: 1,3 metros.
Tabela encontrada no site da Sony
Numa boa, alguém acha que algum oftalmologista diria que está tudo bem em se sentar a 1,3 metros de uma tela de 32 polegadas? Ah sim, e eu teria que tirar o sofá que está encostado na parede e colocá-lo bem na passagem entre a sala e o quintal.
E pela mesma tabela da Sony, se eu tivesse uma TV de 52” Full HD, bastaria colocá-la a 2,1 metros… Devem ter contratado o Sergio Malandro pra fazer essa tabela.
Tudo bem, eu sei que as jurássicas TVs de CRT danificavam muito mais nossas vistas do que as de LCD – meus óculos são fruto dos monitores CRT de computadores que usava quase que diariamente de 1993 a 2007 –, mas eu acho que os fabricantes e “entusiastas da alta definição” estão exagerando um pouco no que eles chamam de “ideal para uma experiência em Full HD”. A sensação que eu tenho é que na cabeça de muita gente o importante é o prazer proporcionado pela alta definição e dane-se se ela vai te fazer algum mal ou não a longo prazo. Tudo bem, eu também quero uma bela imagem, mas tudo tem limite, 1,3 metros é piada. A tabela da Philips me pareceu um pouco mais coerente.
O Battle Nerds Blog nos ajuda um pouco na matemática e com um gráfico bem interessante:
A alta definição na TV e nos computadores
A partir desse ponto começaremos a perceber o quão ilusória é essa “necessidade por 1080p”. Se esse papo fosse esotérico estaríamos nesse momento atravessando o Véu de Ísis. 8)
Pra início de conversa, que eu saiba, não existe nenhuma rede de televisão (tv aberta ou a cabo) norte-americana ou europeia transmitindo programação em 1080p (não garanto as japonesas, mas acredito que também não). O mais próximo que existe disso são satélites da DirecTV, XstreamHD e Dish Network para transmissão de filmes Paper-View em formato 1080p24 (padrão internacional das produções de Hollywood). Fora isso, a TV por alta definição se resume à 720p e 1080i (540 linhas por vez).
— Nossa, mas que burrice! Por que não transmitem em Full HD?
Porque o consumo de banda é monstruoso! Os investimentos para isso se concretizar da noite pro dia seriam faraônicos. O que não entra na cabeça de muita gente é que transmitir alguma coisa em 1080p, a.k.a. Full HD, é uma brabeira. Não é tão simples quanto desembalar um Bis e abocanhá-lo segundos depois. A banda consumida para uma transmissão em Full HD é muito maior do que a exigida para 720p, que já é algo considerável comparado a TV tradicional. Vamos relembrar uma imagem da primeira parte desse nosso papo.
Quem tem a oportunidade de usufruir da HDTV em casa (sinal aberto ou por assinatura) já percebeu que os canais são um pouco mais “pesados” que na TV tradicional. A troca de canais não é tão imediata como estamos acostumados. Os decoders de quem usa NET HD ou Sky HD, volta e meia dão suas engasgadas – o decoder Cisco da NET HD MAX, por exemplo, é mais bugado que o jogo Terminator: Salvation
Um exemplo prático. Os sócios da locadora BitTorrent que costumam “alugar” filmes de alta definição, já devem ter notado que os arquivos em Full HD são consideravelmente maiores que os de 720p. Se você é um desses sócios vitalícios e perdeu seu tempo “alugando” filmes em 1080p para assistir naquela sua TV 32″ Full HD, bem… tudo indica que você é um…
Quando nós papeamos sobre HDMI no fim do ano passado, uma das partes mais polêmicas foi em relação aos cabos. Basicamente existem três tipos de cabos: o Matsubara (vagabal), o Gol 1000 (genérico) e o Sheike Baptista (cabos de grifes com preços surreais). A CNET provou por a+b que o genérico funciona perfeitamente bem para uma transmissão em Full HD e com um preço acessível; os cabos de marcas embora muito bonitos e com ar de imponência transmitem a mesma imagem do genérico. O problema é o vagabal. O cabo HDMI de 1 dólar vai te deixar na mão na hora de transmitir em 1080p, porque ele é tão vagabundo que não suporta a largura de banda exigida para uma transmissão desse naipe.
Resumindo, se Full HD fosse algo tão simples e leve até os cabos Matsubara dariam conta do recado, mas eles não dão.
— Tá bom, já entendi, mas e os computadores?
Quando colocamos computador e alta definição em uma mesma discussão alguns fatores devem ser levados em conta:
- as dimensões do monitor;
- a capacidade da placa de vídeo;
- o cabeamento utilizado.
Se preocupar se seu computador é capaz de executar filmes ou jogos em Full HD é pura perda de tempo. Lembra que na primeira parte falamos que nos referíamos a televisores e não monitores de computador? Exatamente por causa disso.
1080p, 1080i, 720p, são nomenclaturas, padrões estabelecidos tendo como base televisores, por isso se chamam HDTV e não HDPC.
Todos sabemos que em um computador conseguimos assistir TV, filmes, ouvir música, jogar games; assim como em um PS3 também podemos jogar, ouvir música, assistir filmes; e até em celulares podemos fazer isso tudo, não é verdade? Mas mesmo assim, cada dispositivo continua com sua função primordial. Se o seu objetivo é filmar, você não vai comprar uma máquina fotográfica com recurso de filmagem, muito menos um celular com câmera de 5MP. Você vai comprar uma filmadora, ora bolas!
É a mesma coisa na alta definição. Um computador não pode ser comparado a um video-game ou player de Blu-ray por um fator primordial: a distância do observador. A distância ideal que devemos estar de uma TV é calculada em metros; já em um monitor medimos em palmos.
O iMac topo de linha, por exemplo, possui uma tela de 27 polegadas. Alguém sabe a resolução nativa dessa tela? 2560×1440, ou seja, 1440p.
— Nossa! mas por que essa tela de 27” tem uma resolução maior que a de uma TV 60”?
Outra coisa importante. Quando aumentamos a resolução em um computador o que ocorre é que “ganhamos” mais espaço de trabalho. Os ícones, janelas e barras de tarefas diminuem pois existem mais pixels populando a tela, não é verdade? E eu pergunto: se você assistir a um filme em Blu-ray duas vezes na mesma tv, uma em 720p e outra em 1080p, no modo Full HD o cenário do filme será maior que no outro modo? Você verá mais árvores? O céu estará maior? Claro que não, né. Se fosse assim, em uma cena em close de um DVD só veríamos o peito dos personagens… =/
Em uma TV quando elevamos a resolução, melhoramos a qualidade da imagem; em um computador quando elevamos a resolução, aumentamos a área de trabalho
A alta definição no jogos eletrônicos
E chegamos a derradeira conclusão da inebriante saga dos intrépidos nerds no país da alta definição. Uma das coisas que mais desanima o recém chegado ao universo dos video-games em alta definição, é constatar depois de um tempo que o maior chamariz do mercado da alta definição, o chamado Full HD, não se faz tão presente assim como esperaríamos.
— Mas por que?
Quem vem acompanhando essa série de textos desde a sua primeira parte, já deve ter uma boa ideia do porque disso. Se você for um marinheiro de primeira viagem, sugiro lê-las antes de partir para ignorância verbal, caso discorde da linha de raciocínio que se segue.
Preparem-se, pois o que vem a seguir é uma bomba de 10.000 megatons para muita gente.
Não existem jogos AAA em 1080p nativo!
Pronto, falei.
Quando o assunto for consoles, você só irá encontrar Full HD “real” em jogos de médio/pequeno porte, ou seja, no nosso caso, os jogos da PSN (edit Robert: Nosso caso = Sony). Stardust HD, Flower, Pixeljunk Shooter, Digger HD e por aí vai…
— Não viaja. E Final Fantsay XIII, Uncharted 2, Crysis 2, Uncharted 3 e tantos outros? Está escrito no verso das caixas!
Em primeiro lugar: jamais tome como verdade o que está escrito no verso das caixas dos jogos sobre as suas resoluções.
Em segundo lugar: já ouviu falar em resolução nativa?
Resolução nativa é a resolução real de um jogo. A resolução na qual ele foi projetado e desenvolvido. As caixas de um jogo de PS3 ou Xbox 360 sempre irão mostrar uma combinação entre 480p, 720p, 1080i e 1080p, porque essas são as resoluções padrões que os televisores HDTV suportam. As três resoluções HD que comentamos anteriormente e a resolução SD (480p) (Edit Robert: Wii resolution)
A confusão começa quando um determinado jogo de PS3 ou Xbox 360 é projetado em uma resolução que não sejam as óbvias 1280×720 e 1920×1080.
Quem não se lembra do polêmico caso de Red Dead Redemption, que informava em sua caixa rodar na resolução de 720p, mas no entanto, essa informação só é verdadeira para a versão do Xbox 360? No PS3, a resolução nativa, na qual o jogo foi desenvovido é 1152×640, ou seja, uma resolução sub-HD de 640p.
Agora, um exercício para vocês. Abaixo listarei imagens de jogos top de linha dessa geração e apenas um desses jogos não está mentindo em relação à sua resolução nativa. Você consegue dizer qual é?
Vamos lá, será divertido! Sem pesquisar na internet, para não perder a graça, repare nas resoluções fornecidas pelas contra-capas dos sete jogos abaixo:
Metal Gear Solid 4
Final Fantasy XIII
Splinter Cell Conviction - Xbox 360
Gran Turismo 5
Vanquish - Xbox 360
Killzone 3 - PlayStation 3
Crysis 2 - PlayStation 3
Tente agora recordar esses jogos. Se os jogou, melhor ainda, deve ter alguma lembrança. Coloque na balança também a fama conquistada por cada jogo e tudo que foi dito sobre eles até então.
Já deu seu palpite? Não esqueça de comentar em quem você apostou.
É bom se sentar antes, o choque pode ser grande, principalmente para os menos informados.
Metal Gear Solid 4 – PS3. Talvez uma das maiores surpresas dessa lista. Embora sua caixa informe que MGS4 alcance a resolução Full HD, essa informação é falsa. Sua resolução nativa é de, pasmém, 1024×768! Isso mesmo, o incrível Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots possui a mesma resolução daquele monitor 15″ do seu antigo PC que rodava Windows 98.
Final Fantasy XIII – PS3. A Square-Enix não foi 100% mentirosa aqui, ela só contou meia mentira. Embora a caixa de FFXIII informe que o jogo suporta 1080p no PlayStation 3, na verdade os “1080p reais” só estão presentes nas CGs do jogo, na hora do gameplay a resolução nativa é de 720p com upscale para 1080p. Quem sofreu mesmo com FFXIII foram os donos de Xbox 360. Além do jogo ter sido distribuído em 3 discos, a sua resolução nativa era de patéticos 576p – 1024×576. Até as CGs estão em 576p! Embora existam muitos casos de jogos multiplataforma serem melhores no X360, não me lembro de um caso onde a diferença entre as duas plataformas foi tão gritante.
Splinter Cell Conviction – Xbox 360. Palmas para a Ubisoft! Essa sabe mentir. O que vemos na caixa de Conviction? 720p/1080p. Bem, esse jogo nem HD é, sua resolução é sub-HD de 1024×576, pra ser mais exato (menos que MGS 4). Que vergonha dona Ubisoft.
Gran Turismo 5 – PS3. Quem diria, hein? Dona Polyphony mentiu pra gente também… O Full HD de Gran Turismo 5 é um upscale. A resolução real do jogo é 720p.
Vanquish – Xbox 360. Querendo competir com a Ubisoft, temos a Sega. Na caixa vemos que que o jogo suporta 1080p. Mentira escabrosa. A versão do Xbox 360 além de não chegar em 1080p, nem HD é: 1024×720. Tudo bem que está quase lá, mas pra ser HD precisa de pelo menos 1280 linhas horizontais. No PS3, pelo menos a resolução nativa é de 720p (mais um caso onde a versão do PS3 é superior a do Xbox 360 e pouca gente sabe).
Crysis 2 – PS3. Outro cascateiro. A Crytek fez todo aquele blá blá mas esqueceu de nos contar que a resolução nativa do seu jogo tanto no PS3, quanto no X360, é “quase HD”. 1152×720. Tudo bem que 1152 pra 1280 falta pouca coisa, dá para considerarmos como 720p numa boa, sem estresse, mas dizer na cara dura que o jogo é 1080p, já é demais.
E o nosso grande vencedor foi:
Killzone 3 – PS3. A única empresa que nos falou a verdade foi a Guerrila Games! Sua caixa informa que o jogo é 720p e Killzone 3 realmente possui resolução real de 1280×720 pixels. Nada de upscales, a engine do jogo renderiza perfeitamente 1280 pixels na horizontal e 720 na vertical.
Conclusão
A brincadeira acima foi mais do que intencional, pois ela consegue resumir toda essa série de artigos sobre Full HD. Pense novamente nesses seis jogos: Metal Gear Solid 4, Final Fantasy XIII, Splinter Cell Conviction, Gran Turismo 5, Vanquish, Killzone 3 e Crysis 2. Agora me responda. Algum desses jogos têm gráficos meia boca?
Deixa que eu respondo: NÃO!
Todos são visualmente fantásticos. Até MGS 4 que possui uma resolução nativa de 1024×768 (difícil de acreditar, é verdade) continua sendo, mesmo depois de três anos, uma referência no PlayStation 3.
E o porque disso é simples. Vou repetir aquela palavra que coloquei nas três partes anteriores: PERCEPÇÃO. Números são legais! Saber o que é 1080p, 720p, 576p, resolução nativa, upscale, eu particularmente acho isso tudo um barato, mas no fundo, não servem pra nada! O que interessa é o que eu vejo, o que eu percebo, o que eu acredito, a experiência final… e se ela supera as minhas expectativas eu me dou por satisfeito.
Por exemplo… ninguém acredita em zumbis, certo? Mas se um colega de trabalho entra na sua sala com a pela cinza, olhos vermelhos, rosnando, mancando, e ataca outra pessoa da sala com o intuito de comê-la viva, você vai tentar apartar a “briga” e ligar para o sanatório achando que seu colega está com problemas mentais ou vai sair correndo com a certeza de que ele é um zumbi? Pois é…
Por falar em monstros, acabei de me lembrar de uma célebre frase de George Clooney no fantástico Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dwan, 1996) de Robert Rodriguez:
And I don’t want to hear anything about “I don’t believe in vampires” because I don’t believe in vampires, but I believe in my own two eyes, and what I saw is fucking vampires!
Ou seja, não importa o que eu acho e sim o que eu vejo.
A única coisa que eu tenho certeza sobre esse assunto é que não vou encontrar jogos em Full HD em nenhum console, não nessa geração. Podem me xingar, chorar, espernear, mas jogos AAA em Full HD real só na próxima geração – estou falando de consoles, esqueçam os PCs, pelo o amor de Deus.
Créditos totais para Sr. Emerson e equipe da Gamegen.
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Bom, isso é tudo!
Como o detetive Cole Phelps de L.A. Noire não exitaria em afirmar: “CASO ENCERRADO!”
É um grande texto, mas que tira todas as duvidas sobre Full HD. Leiam, releiam, tirem duvidas.
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